A Evolução de Metal Gear
Paloma Cristini
30.6.14

Desde os primórdios até a nova geração de consoles, a franquia Metal Gear vem sendo o exemplo chave de um game estilo stealth, conseguindo evoluir junto com os consoles ao passar dos tempos, mas nunca perdendo sua essência: o enredo complexo e muito bem encaixado em cada game lançado. A produtora da franquia, Konami, também é uma das produtoras mais aclamadas nesse mercado, conhecida por seus inúmeros games de sucesso.
Esse
artigo resumirá um pouco sobre tudo da franquia de mais sucesso da empresa, e
falar das suas evoluções, seja no enredo, na jogabilidade ou nos armamentos de
cada game.

A
franquia começa com o game Metal Gear, lançado no ano de 1987 para MSX2. O
enredo se baseia na infiltração do agente secreto Solid Snake na fortaleza de
Outer Heaven, que carrega uma arma com poder nuclear capaz de mudar as guerras,
denominada Metal Gear.
O que chamava
a atenção do game logo de inicio era a jogabilidade diferenciada para alguns
games da época. O jogador começava a jogar sem arma alguma e tinha que avançar,
pacientemente pelo cenário até conseguir algumas armas como metralhadoras,
pistolas automáticas, explosivos e demais apetrechos necessários para alcançar
o objetivo principal da missão, tudo isso sem chamar a atenção dos vários
guardas espalhados pelo cenário, pois se o agente fosse visto, mais guardas
apareceriam para tentar colocar um “game over” na tela.

A sua
sequencia, Metal Gear 2: Solid Snake, lançado em 1990 para MSX2, não evoluiu
tanto quanto os demais games no sentido de armamento e jogabilidade, mas seu
enredo, que agora se baseia em se infiltrar em Zanzibar Land, um território em
alto conflito, para resgatar o Dr. Kio Marv e destruir uma nova ameaça nuclear,
o Metal Gear D, promete um resultado bem promissor na história.

Partindo
para a “geração do CD’s”, temos o Metal Gear Solid, lançado em 1998 para
Playstation, que é um game reconhecido como o mais influente na história dos
consoles por várias e várias listas feitas por diversos sites e revistas do
mundo que são símbolo da cultura gamer.
O enredo
se resume, como sempre, na infiltração do agente Solid Snake em Shadow Moses,
uma ilha situada no Alasca que está sendo usada por um grupo terrorista para o
desenvolvimento e teste da nova ameaça nuclear, o Metal Gear Rex. Ao longo do
enredo, descobrimos as verdades por trás da unidade em que Snake trabalhava, a
FOX-HOUND, e até sobre seu passado.
A
evolução nesse game fica por conta do novo armamento e itens encontrados ao
decorrer do gameplay, pois estão com maior facilidade de manuseio, maiores
opções de um mesmo estilo de armas e itens novos que nos ajudam a avançar nos
cenários com armadilhas e até a nos esconder e se infiltrar na base sem maiores
problemas. A jogabilidade continua a mesma, somente melhorando a movimentação
do personagem. Esse é o primeiro game da série a ter um modo de treino,
permitindo a prática das novidades disponíveis.

O game
Metal Gear Solid 2: Sons of Liberty, lançado para Playstation 2 no ano de 2001,
não traz muitas inovações na jogabilidade e no armamento. Na verdade, se
assemelha muito com seu antecessor, mas a grande novidade está no enredo.
Depois de três games da série serem protagonizados pelo agente Solid Snake,
isso mudo assim que você termina o capítulo Tanker presente no game (conhecido
mais como o prólogo da história do MGS2). O protagonista, agora, é o agente
Raiden, que se infiltra na base Big Shell, tomada por dois grupos terroristas,
os Sons of Liberty e Dead Cell. Enquanto eles ameaçam a vida do presidente dos
Estados Unidos, mantido em cativeiro na base, e também em causar uma catástrofe
ambiental na petrolífera, uma nova arma nuclear é fabricada em massa, o Metal
Gear Ray. No desenrolar da história, nosso novo protagonista se vê cercado em
uma grande farsa em sua missão e em todo seu passado.

O game
sucessor, Metal Gear Solid 3: Snake Eater, lançado também para Playstation 2,
no ano de 2004, evoluiu tanto na jogabilidade e armamento, como no enredo.
Situado
em plena época da Guerra Fria, nosso novo protagonista Naked Snake é mandado
para as florestas da União Soviética para resgatar um cientista chamado
Sokolov, e tamém para exterminar uma ameaça nuclear, denominada Shagohod (pode
ser chamado de Metal Gear também, mas esse foi somente um projeto).
As
mudanças começam a partir do enredo, pois agora estamos controlando mais um
novo personagem hiper importante para a franquia, e vemos ao decorrer do jogo
em como ele se torna o lendário agente Big Boss. Já as mudanças na jogabilidade
e armamento ficaram, no começo, desesperador para muitos, mais ainda para os
fãs da série. A mudança foi radical, pois até o modo em que o jogador
recuperava a vida era mais realista, precisando caçar animais e até se curar de
alguns ferimentos feitos por projéteis e bicadas de animais, tudo para não
morrer de fome ou até envenenado. O sistema de armamento, agora, só te deixa
disponível até seis tipos de armas e apetrechos no inventário de acesso rápido,
pois agora você terá uma mochila que te limitará a levar tudo o que pega. Ou
seja, realidade ao extremo para sobreviver em meio a uma floresta, mas ainda
com a essência do stealth, pois agora é possível até uma combinação de camuflagem
para melhor se esconder de seus inimigos. Um novo sistema de combate também foi
acrescentado na série, o famoso CQC (Close Quarters Combat ou o combate
corpo-a-corpo, como muitos falam), que facilitou ainda mais a parte da
espionagem no jogo e deu uma nova interação dentro do game.

A continuação de MGS3, o game Metal Gear Solid: Portable Ops, lançado para PSP no ano de 2006, marca a entrada oficial da franquia num portátil e suporte a um multiplayer online. O enredo se foca em Naked Snake, agora já com o codinome Big Boss, na America do Sul, lutando para a realização de algumas de suas próprias missões e projetos, já que o término da unidade em que trabalhava fora decretada, a FOX. O enredo evoluiu, pois faz com que voltemos na história da franquia e nos permite presenciar a criação de alguns elementos chave, como a unidade FOX-HOUND, Patriots e até mesmo a criação da fortaleza Outer Heaven.
A
jogabilidade muda novamente, sendo tomada totalmente pela ação, nos dando pouco
momentos de stealth no jogo. Já o armamento continua o mesmo que seus
antecessores, sendo apenas um pouco mais limitado em questão a opções para
escolha de armas.

Já na geração do Playstation 3, temos o Metal Gear Solid 4: Guns of The Patriots, lançado no ano de 2008, e mais uma vez, foi um game que revolucionou em todos os aspectos, se tornando o game mais influente da década.
O enredo,
agora, fica por conta do agente Solid Snake em seu estado avançado da idade,
sendo assim dado pelo codinome Old Snake. Lutando contra uma doença que avança
rapidamente e prejudica todo o seu organismo e estado atual, Snake volta a
ativa para sua última missão, em salvar o mundo novamente das mãos de Liquid
Snake, que agora toma lugar no corpo de um personagem muito conhecido na série,
Revolver Ocelot, sendo assim chamado como Liquid Ocelot (sim, é complicado
entender isso... rs ). Conforme o andar da história, voltamos um pouco na
história de cada Metal Gear já lançado, afim de explicar a origem e como tudo
aconteceu desde então.
A
jogabilidade do game continua a mesma vivenciada em MGS3, com algumas pequenas
modificações, como no CQC, que foi remodelado, tornando um pouco mais
trabalhoso o uso do mesmo, mas é considerado ainda mais eficaz que no MGS3.
Outra modificação foi na camuflagem usada pelo personagem, tornando- a mais
rápida e eficaz, ou seja, assim que o jogador encosta na parede ou em qualquer
outro lugar, a camuflagem muda para a textura do mesmo (tecnologia chamada
Octocamo). Alguns apetrechos usados pelo nosso agente como binóculos e radares
fora substituído pelo Solid Eye, um aparelho que faz a função do binóculos,
radares e visão noturna tudo num só aparelho.
O
armamento, dessa vez, traz fuzis e explosivos mais pesados, pois os inimigos
enfrentados agora são todos robotizados, tornando-os mais resistentes, mas
ainda com a disponibilidade de opções de armas para escolha durante o gameplay
do jogador.

Metal Gear Solid: Peace Walker, lançado em 2010 para PSP, foi o segundo da franquia para o portátil. Esse game é considerado, desde a época de seu lançamento, um importante passo para o projeto hoje conhecido como o Metal Gear Solid V, pois o enredo do projeto já começa a partir desse game. Sendo Big Boss o nosso protagonista novamente, o enredo se dá por enfrentar uma força militar na America do Sul que ameaça o mundo com armas nucleares (supostos Metal Gear’s, mas ainda em construção). A jogabilidade é semelhante ao do MGS Portable Ops, com pequenas mudanças para dar mais espaço para uma jogabilidade cooperativa, seja offline ou até mesmo online (melhorado nesse jogo). O armamento também é semelhante ao que fora visto no MGS Portable Ops, com limitações, obtendo mais fuzis e explosivos, por ser um game mais voltado a ação.

Voltando para a geração do Playstation 3, temos o Metal Gear Rising: Revengeance, lançado em 2013 também para Xbox 360 e PC’s. Até então, a franquia era exclusiva para a plataforma Playstation, mas isso muda com o lançamento desse game, trazendo inúmeras criticas do publico, positivas e negativas.
A sua
jogabilidade e enredo foi alvo imediato dos jogadores assim que o game foi
lançado, pois a mudança foi muito mais radical do que os games anteriores, algo
totalmente diferente do que estávamos acostumados a ver na franquia. O agente
Raiden volta como protagonista e com o mesmo objetivo de sempre, exterminar a
ameaça nuclear de um grupo terrorista, mas agora num mundo totalmente tomado
por uma tecnologia hiper avançada, tornando todos os soldados em ciborgues. A
jogabilidade dessa vez sai totalmente do modo stealth e entra para o estilo
mais tradicional dos games atuais, o Hack ‘n’ Slash, ou seja, mais ação, brigas
e confrontos abertos e menos espionagem. Os fuzis, explosivos, pistolas
automáticas e apetrechos dão lugar para espadas, nos dando liberdade total no
ataque e avanço nas batalhas como acharmos melhor.

Nessa nova geração dos consoles, a franquia já obtém seu representante. O game Metal Gear Solid V: Ground Zeroes foi lançado em março desse ano, para Playstation 3, Playstation 4, Xbox 360 e Xbox One e marca a entrada da franquia, com estilo, para os consoles atuais. Esse game já teve uma analise pelo Co-op Geeks e mostrou ser uma continuação bem importante para o projeto de criação do Metal Gear Solid V.
O game é
limitado em questão do armamento, mas satisfatório em questão de jogabilidade,
que volta as origens do stealth.

O projeto maior de toda a franquia, Metal Gear Solid V, pode ter sua conclusão
no game Metal Gear Solid V: The Phantom Pain, que promete ser, mais uma vez, o
game mais importante dessa geração. Com o lançamento previsto para 2015, para
Playstation 3, Playstation 4, Xbox 360 e Xbox One, o game já mostra que será o
mais realista de todos os outros já lançados, graças a nova engine usada pela
Konami para seus futuros projetos. O enredo juntará o que foi visto em MGS:
Peace Walker e MGS V: Ground Zeroes, e a jogabilidade será a mesma presenciada
em Ground Zeroes.
Ultimamente,
várias informações sobre o game, ainda em desenvolvimento, estão sendo
reveladas e mostra que o projeto está ficando com uma cara muito boa. Na E3
2014, um novo trailer foi exibido e mostrou uma parte chocante desse titulo.
Vemos o protagonista Big Boss (que terá o codinome Venom Snake) com seu braço
mecânico, mostrando a transformação de um personagem tão essencial na franquia.
E para a surpresa de todos, no trailer aparece também um velho conhecido na
série, Revolver Ocelot, que estará envolvido diretamente nos conflitos dentro
do game.
O game
promete ser, realmente, um grande passo para se explorar ainda mais a realidade
dentro dos videogames da atualidade, e se isso realmente acontecer, o limite
entre cinema e games, algo comparado em quase todas as mídias de comunicação,
será pouca, bem pouca!

Outros games da franquia foram
lançados como complementos ou versões melhoradas de seus jogos, como a série
Subsistance, que seria o segundo e o terceiro game da franquia lançados
novamente, com adicional nos extras, jogabilidade, armas e itens. Games como
Metal Gear Acid, Metal Gear Ghost Babel, Metal Gear: The Twin Snakes, entre
outros, também são muito famosos pela franquia.

Uma curiosidade é a tecnologia usada em todos os games da franquia, sem
exceção, para a comunicação dos nossos protagonistas com os demais personagens
envolvidos na história de cada game, o nosso tão querido CODEC. Ele evolui
junto com cada game lançado e é a característica marcante da franquia. Através
dela, podemos saber sobre toda a drama contada na franquia, alem de conversas
divertidas e, até mesmo, assustadoras, às vezes!
A
franquia Metal Gear realmente engloba muito mais do que fora resumido aqui, mas
já podemos perceber o quão complexo esse universo pode ser, e também o quão
importante a franquia foi, e é até hoje, para cada console lançado, sendo
sempre o exemplo da evolução no que diz respeito a games bem desenvolvidos, bem
sucedidos e bem estruturados.
- Texto:
Paloma Cristini
- Revisão
e Imagens: Steven L. Andrade