Resident Evil 6: O Capítulo Final - Satisfatório e inesperado (SEM SPOILERS)
Vitor Assis
27.1.17

Após 15 anos da estreia de O Hóspede Maldito nos cinemas do mundo
todo, os filmes em live action de Resident Evil chegam ao seu fim com O Capítulo
Final e encerram a jornada de Alice (Milla Jovovich) na luta contra a
Umbrella Corporation.
A cada filme lançado era
notória a falta de planejamento para o futuro da franquia, deixando diversos
fãs frustrados com a inconsistência da história e os furos que eram criados,
trazendo roteiros que beiravam entre o mediano e o ruim. Porém o sexto e último
título traz uma roupagem nova para tudo o que foi mostrado e consegue fazer com
que a série ressurja um pouco das cinzas, trazendo um final satisfatório e
convincente para os deslizes feitos até então.
ATENÇÃO: Essa análise ESTÁ LIVRE DE QUALQUER SPOILER sobre a trama do filme. Leia sem preocupações.
ATENÇÃO: Essa análise ESTÁ LIVRE DE QUALQUER SPOILER sobre a trama do filme. Leia sem preocupações.
De
volta às origens

Em Resident Evil 6: O Capítulo Final
a humanidade está prestes a ser extinta e Alice é a única esperança
para evitar que isso aconteça. Ela deve voltar para e erradicada Raccoon City e
se infiltrar na velha e antiga Colmeia, onde a Umbrella detém um antivírus
capaz de destruir todas as aberrações criadas pela empresa e, enfim, trazer paz
ao mundo.
O filme inicia com uma
recapitulação feita por Alice sobre os filmes anteriores, e ainda acrescenta
uma história um tanto quanto confusa para quem acompanhou toda a jornada,
contando algo nunca visto antes sobre as origens da Umbrella e do T-Vírus – o que,
seguindo uma lógica de roteiro, deveríamos saber desde o segundo filme, pelo
menos. Aliás, história essa que ignora
arcos dos outros filmes. Porém, o sexto título faz isso diversas vezes.
E se mesmo sem serem
creditados no filme e sem aparecerem em nenhum trailer ou foto oficial, você
ainda nutria esperanças de ver o retorno de Jill, Ada, Leon, Becky, e até
Chris, e assim se juntarem a Alice na batalha final, já pode ir tirando seu
cavalinho da chuva. Já é de praxe nos filmes de Resident Evil personagens sumirem em sequências com uma rasa
explicação sobre seus paradeiros, ou até explicação nenhuma, e isso volta a
acontecer aqui.
O
novo de novo

Apesar de sumir com personagens
novamente e ignorar pedaços do passado, o novo filme consegue se sustentar por
si só. Temos uma rápida explicação pela Rainha Vermelha (dessa vez interpretada
pela filha de Milla, Ever Gabo) sobre o que está prestes a acontecer e o que
Alice deve fazer – sim, agora a Rainha Vermelha está ajudando Alice, e a
explicação do por que é dada durante o filme –, e logo estamos inseridos na
trama do filme.
Trama essa que se desenrola
de uma maneira rápida e frenética, parando em alguns momentos para criar um
clima de tensão e assustar o telespectador, algo perdido depois de Apocalipse. A maneira rápida com a qual
o filme segue se deve em partes às cenas de ação, reformuladas para serem algo
mais cabível: sem piruetas no ar ou o uso excessivo do slow motion e lutas extremamente coreografadas. A porradaria rola
solta de modo mais bruto e temos uma Alice mais vulnerável. Porém, a ação e os
cortes de cena desenfreados podem deixar os mais sensíveis meio tontos,
especialmente no 3D.
Alia-se a isso um mundo mais
pós-apocalíptico como nunca antes visto, bem pior e mais devastado do que
mostrado em A Extinção. A sujeira
está espalhada para todos os lados, inclusive nos personagens, que em meio ao
fim do mundo davam um jeito de estarem sempre limpos e arrumados nos outros
títulos. Devemos dar também os parabéns ao pessoal da produção envolvido na
fotografia do filme, que foi lindamente usada e ajuda a passar o sentido de um
mundo destruído.
Ainda há falhas, como de costume
Ainda há falhas, como de costume

O modo rápido com que o
filme se desenrola para mostrar cenas de ação, assustar a quem estiver
assistindo, e também contar sua história, não permite diálogos muito bons com
os personagens secundários. Apesar da volta de Claire (Ali Larter), parece que
ela só está no filme para ter alguém antigo no time de Alice, e não acrescenta
muito à trama.
E esqueça os personagens
novos, como Abigail, interpretada por Ruby Rose (Orange Is The New Black). Não há tempo de tela para que se
desenvolvam, e como esperado, a maioria é facilmente descartada ao maior
estilo, ou até melhor, Esquadrão Suicida.
Até Albert Wesker (Shawn Roberts) fica meio de lado no filme, e passa de um dos
líderes da Umbrella a um mero funcionário da empresa.
Mas, surpreendendo, há pontos positivos

Os papeis principais ficam
por conta mesmo de Alice, a Rainha Vermelha e do Dr. Isaacs (Iain Glen), que
retorna usando o conceito de clones, apresentado no terceiro filme e fortemente
usado e desgastado nas sequências – porém, aqui isso há uma importância. Isaacs
se mostra um vilão persistente e cruel devido à atuação de Iain, onde até seu
olhar parece ser fatal. Isso coloca Isaacs como sendo o principal antagonista
dos filmes, contrariando o esperado, já que nos últimos filmes e nos jogos este papel está por conta
de Wesker.
Há também uma maior abertura
para a atuação de Milla. Sendo mostrada até então quase como uma robô sem
sentimentos e ligada sempre no modo kill,
Alice continua a badass de costume,
porém seu lado mais humano aflora neste último filme, e apesar de ter conhecido
grande parte de seus companheiros há pouco tempo, ela se importa com eles e
traz emoção para a tela.
Além dos inimigos clássicos,
como zumbis/majinis e Cerberus, o último filme traz alguns inimigos nunca antes
introduzidos nas telonas: Kipepeos, de Resident
Evil 5, e um Bloodshot, de Resident
Evil 6. Suas aparições não são demoradas, mas podem fazer com que aqueles
que jogaram os jogos sintam uma emoção a mais, inclusive por Alice não os ter
derrotado na base do soco, vide Nemesis em Resident Evil 2: Apocalipse.
E
agora?

Ame ou odeie a série Resident Evil nos cinemas, ela fez um
enorme sucesso e foi a única adaptação de jogos que chegou longe, e abriu
espaço para outras adaptações, como Silent
Hill, Warcraft e Assassin’s Creed.
Mesmo quem goste dos filmes deve admitir que seus roteiros não são lá muito
coesos, mas O Capítulo Final se saiu bem e conseguiu encerrar a jornada de
Alice com um bom filme. Claro, há quem vá achar o filme ruim, ele não está livre disso, mas com certeza está acima da média dos demais e talvez seja o melhor título da
série atrás apenas de O Hóspede Maldito,
ou até tão bom quanto.
Há sim na última cena uma
pequena ponta solta para caso a ganância fale mais alto e os produtores queiram
lucrar em cima da franquia com mais um filme, mas a história de Alice já foi
contada e encerrada, e tudo está resolvido. Esperemos agora que Resident Evil não caia no esquecimento e
adaptações futuras sejam feitas. Quem sabe, talvez, algo mais fiel aos jogos?
Ficha Técnica
Título original: Resident Evil - The Final Chapter
Lançamento: 26 de Janeiro de 2017
Elenco: Milla Jovovich, Ali Larter, Iain Glen, Shawn Roberts, William Levy, Ruby Rose e Ever Gabo
Direção: Paul W. S. Anderson
Créditos
Texto: Vitor Assis e Vitor Oliveira
Revisão: Vitor Oliveira
A análise contém ideias e opiniões dos autores do texto e não do site Co-op Geeks.
Ficha Técnica
Título original: Resident Evil - The Final Chapter
Lançamento: 26 de Janeiro de 2017
Elenco: Milla Jovovich, Ali Larter, Iain Glen, Shawn Roberts, William Levy, Ruby Rose e Ever Gabo
Direção: Paul W. S. Anderson
Créditos
Texto: Vitor Assis e Vitor Oliveira
Revisão: Vitor Oliveira
A análise contém ideias e opiniões dos autores do texto e não do site Co-op Geeks.