Tirando da Estante: It - A Coisa
Vitor Assis
13.1.17

Não é espanto para
ninguém ouvir que Stephen King é o rei do terror. O autor norte-americano
possui em seu currículo mais de 60 livros - a maioria sendo um mix de terror,
suspense e ficção, e King até já escreveu roteiros de episódios de séries, como
Arquivo X. Neste seu vasto
currículo está incluso o livro It – A Coisa, publicado originalmente em 1986 e
relançado no Brasil em 2014, após passar um longo tempo nos grupos de “livros
raros” e “esgotados”. King não considera It sua magnum opus (ou obra-prima), este título se deve a sua série A
Torre Negra, mas de certo A Coisa é uma de suas melhores obras.
A Coisa
A Coisa

O livro já assusta pelo seu tamanho: são mais de mil páginas de história. Fato esse que pode deixar até os leitores mais ávidos sobressaltados. O romance se passa em Derry, uma cidade fictícia do estado de Maine, um lugar que de tempos em tempos assassinatos bizarros com crianças e adolescentes começam a acontecer. O assassino nunca é capturado por se tratar d'A Coisa, um monstro extra dimensional que geralmente assume a forma do palhaço dançarino, Pennywise, para atrair crianças – e consequentemente, matá-las.
E logo no primeiro
capítulo Pennywise já se mostra algo a ser temido. Ele mata impiedosamente
George Denbrough, um garoto de apenas 6 anos de idade. Seu irmão, Bill Gago Denbrough,
de 12 anos, fica devastado com e perda do irmão caçula e sabe que há algo
estranho na cidade e promete vingar a morte de George.
Entre brincadeiras de crianças e tardes jogadas fora, ele e seus amigos Richie, Stan, Mike, Eddie, Ben e Beverly descobrem sobre outros assassinatos e eventualmente acabam tendo encontros com o próprio Pennywise. Juntos eles tentam derrotar o monstro e impedir que haja uma próxima vítima – incluindo eles mesmos. Porém, quase trinta anos depois, o grupo agora adulto é chamado de volta para Derry, pois o terror não acabou em suas infâncias.
Entre brincadeiras de crianças e tardes jogadas fora, ele e seus amigos Richie, Stan, Mike, Eddie, Ben e Beverly descobrem sobre outros assassinatos e eventualmente acabam tendo encontros com o próprio Pennywise. Juntos eles tentam derrotar o monstro e impedir que haja uma próxima vítima – incluindo eles mesmos. Porém, quase trinta anos depois, o grupo agora adulto é chamado de volta para Derry, pois o terror não acabou em suas infâncias.
Stephen King e sua mente brilhante

A narrativa é
intercalada entre o grupo criança e o grupo adulto, não seguindo uma linha
cronológica. Isso, além de criar uma quebra de expectativa para saber o que há
no próximo capítulo, ajuda a construir de forma grandiosa a personalidade dos
personagens, e faz com que o leitor compare as mudanças que os mesmos sofreram
com o tempo e os traumas da vida. E nos faz pensar: será que somos uma pessoa
diferente de tantos anos atrás ou somos apenas um reflexo dela?
E diga-se de
passagem, personalidades essas que foram muito bem trabalhadas. E isso já é de
se esperar por a) ser um livro extremamente volumoso, e b) o autor ser Stephen
King. Os personagens são tão bem construídos que até aquele personagem D tem
uma história de fundo fascinante ou perturbadora. Dito isso, não há a
possibilidade do leitor não se apegar ao grupo de Bill, viramos amigos íntimos
deles durante a história e somos um oitavo integrante que vive tudo aquilo que
eles vivem. Importamo-nos com cada um deles, e justamente pela narrativa ser
intercalada, por diversas vezes ficamos tristes por já sabermos o que acontece
no futuro com alguns dos personagens, mas ainda estamos os conhecendo jovens e
saudáveis.
50 tons de terror

E sem dúvida o
livro não é para pessoas com um estômago fraco. Apesar de não haver imagens
gráficas de sangue de corpos, a escrita faz com que sua imaginação funcione a
mil, e sua mente irá projetar algumas das cenas mais nojentas e grotescas que
poderiam ser censuradas em diversos países, caso fossem adaptadas fielmente
para os cinemas. Prepare-se para presenciar um banho de sangue nunca antes
visto (ou lido).
Outro ponto
positivo do livro é Pennywise – que certamente está entre as melhores criaturas
da ficção. Como o jornal britânico The Guardian citou, “A Coisa é uma criatura
que vai além de qualquer outra que King já inventou, porque ela representa
todos os males: a manifestação de todos os medos da infância”. Sim, Pennywise
não é apenas mais um monstro qualquer, ele é o medo em si e alguns traumas que
podemos ganhar na infância. E sua mitologia não é algo a ser entendida. Quanto
mais se avança no livro, mais complicado é dizer o que realmente a Coisa é. E
está tudo bem, pois a mente das crianças é muito inocente. Em um dia estamos
enfrentando o bicho-papão, e no próximo estamos brincando de esconde-esconde
com os amigos.
Pennywise foi vivido por Tim Curry, que foi o responsável por traumatizar as crianças
dos anos 90 com palhaços quando It foi adaptado como um filme para a televisão em 1990 sob o título de It – Uma Obra-Prima do Medo. Agora esse papel passou para Bill Skarsgård, que será o novo Pennywise na
primeira parte da nova adaptação de It, que tem previsão de estrear nos cinemas
em setembro de 2017. O elenco também conta com Finn Wolfhard, o Mike de Stranger Things.
Além da jornada de medo

No fim, It – A
Coisa não se trata da jornada para derrotar o monstro que amedronta a cidade.
Sim, isto obviamente está no livro, mas há algo mais grandioso por trás dessa
jornada de medo. Há uma história de amor e amizade, é mostrado que somos
constantemente colocados a prova disso, e sendo o amor verdadeiro, nada mais
importa. Os amigos estarão sempre juntos, seja presencialmente ou nos sonhos
mais profundos. Não há como não se emocionar ao lembrar-se dos próprios amigos
enquanto as últimas páginas são lidas.
Este é um livro
obrigatório para você que é fã da leitura, para você que é fã do terror, e para
você também que ama uma boa história com uma ótima reflexão sobre si próprio.
Se você gosta do Stephen King, não esqueça de conferir nosso artigo sobre o legado do autor no universo Geek, clicando aqui.
Créditos
Texto: Vitor Assis
Revisão: Juninho Lima
O artigo apresenta opiniões e ideias do autor do texto e não do site Co-op Geeks.
Se você gosta do Stephen King, não esqueça de conferir nosso artigo sobre o legado do autor no universo Geek, clicando aqui.
Créditos
Texto: Vitor Assis
Revisão: Juninho Lima
O artigo apresenta opiniões e ideias do autor do texto e não do site Co-op Geeks.