Rua do Medo - Parte 1 - 'Divertido, bobo e sangrento' (review COM SPOILERS)
A primeira parte da trilogia Rua do Medo: 1994 chegou na Netflix trazendo um filme de terror para adolescentes com muitos clichês de filmes de horror, um gostinho de anos 90 e alguns sustos.
ATENÇÃO! Esse review contém SPOILERS de 'Rua do Medo: 1994' da Netflix. Leia com atenção.
O que acontece quando a Netflix decide misturar a nostalgia de livros de terror pra crianças e pré-adolescentes com um pouco de Stranger Things? Temos o filme Rua do Medo: 1994, que, como o próprio título indica, situa-se na década de 90 e traz uma história de terror simples e bem referencial.

O primeiro filme da trilogia da Netflix traz a série de livros Rua do Medo do autor R. L. Stine, mais conhecido pelo seu trabalho com Goosebumps e A Hora do Arrepio, ambos adaptados como séries de televisão nos anos 90 e início dos anos 2000, contudo, para os mais nostálgicos, o filme ainda mantém aquela sensação de que estamos vendo um longo episódio de uma dessas séries, porém mais sangrento, contendo linguagem adulta, drogas e até algum conteúdo sexual, mas nada escandalizante.
A trama do filme foca em Deena Johnson (Kiana Madeira), uma jovem adolescente que mora em Shadyside, Ohio, uma cidade que aparentemente foi amaldiçoada por uma bruxa, pois carrega um histórico de tragédias e assassinatos.
Mas Deena não tem tempo para pensar em supostas maldições de bruxas, pois, está enfrentando um término com sua namorada Sam e o seu irmão mais novo Josh (Benjamin Flores Jr.), um nerd anti-social e que vive enfiado em fóruns de internet discutindo o estranho histórico de Shadyside. É apenas, depois de um massacre no shopping local e que estranhos eventos e avistamentos começam a assombrar ela e seus amigos da escola e vendedores de drogas locais, Kate (Julia Rehwald) e Simon (Fred Hechinger) que ela precisa enfrentar o sobrenatural.

Não é a trama mais original do mundo, mas com toda certeza é um filme divertido de se assistir. Ele é divertido, bobo e sangrento, mas não a ponto de perturbar, e um pouco dependente demais de alguns jump scares, especialmente no meio do filme, e tem um final até que corajoso para o que esperaríamos já que temos um quase suicídio e morte de vários personagens adolescentes.
O elenco do filme é funcional, mas isso não é um demérito. Um destaque para a atriz Julia Redwahl, que está muito bem e o ator Fred Hechinger, que ora é bem irritante no seu papel, e ora é o personagem bobão adorável.

O filme toma seu tempo para construir alguns mistérios e fundo da história como a rivalidade entre a cidade amaldiçoada de Shadyside e a sua vizinha Sunnyside, a bruxa Sarah Fiers e os estranhos eventos dos serial killers do passado que devem ser trabalhados nos próximos filmes da trilogia, indo bem mais na veia de uma paródia ou referência de clichês de filmes de terror e histórias de fantasmas, que afinal, tem muito a ver com o material da adaptação.
A sensação que dá ao se assistir esse filme é de que ele foi feito pensando numa nova e velha geração de crianças que se esgueiravam sorrateiramente para assistir filmes de terror escondidos dos pais. E, se foi essa a intenção, a Netflix acertou em cheio.
Créditos
Texto: Felipe Lima
Revisão: Felipe Lima